A construção do maior parque eólico do país já começou e está a agitar a freguesia de Salto

A instalação dos aerogeradores deu início à obra do Parque Eólico do Tâmega, que vai produzir energia suficiente para 128 mil residências. Na freguesia de Salto, em Montalegre, a construção do parque Norte está a aumentar o movimento do comércio local.
Hugo Gonçalves
Hugo Gonçalves Jornalista
Agência Lusa
Agência Lusa
17 dez. 2025, 07:00

Localizado entre Braga e Vila Real, o Parque Eólico do Tâmega tem um investimento de 350 milhões de euros. A construção do maior parque eólico do país é responsabilidade da Iberdrola. As pás eólicas estão já na estrada para serem transportadas com recurso a um elevador de pás pioneiro na Europa. 

Segundo a empresa, o parque vai produzir energia suficiente para 128 mil residências e evitar a libertação de mais de 230 mil toneladas de CO₂ por ano. As 110 pás eólicas de 85 metros saíram do porto de Aveiro em direção aos parques eólicos Tâmega Norte e Tâmega Sul. 

A empresa já iniciou a instalação dos 38 aerogeradores, de 114 metros de altura e uma capacidade de produção de 7,2 MW cada. Em comunicado, a Iberdrola garante que estes são “os maiores e mais potentes do mercado mundial de energia eólica onshore”. 

Os aerogeradores de última geração juntam, pela primeira vez, as tecnologias eólica e hidroelétrica e permitem reduzir custos e minimizar os impactos ambientais.

A construção do parque éolico está, segundo a Agência Lusa, a gerar movimento em Montalegre e alguns dos trabalhadores estão instalados em meia dezena de contentores na aldeia de Corva, freguesia do Salto. A multinacional, “no pico da construção”, prevê criar 700 empregos diretos. 

Nesta aldeia, onde vivem cerca de 70 pessoas é ao fim de semana que a presença dos trabalhadores da obra se faz sentir. A pastelaria central da freguesia passou a abrir uma hora mais cedo para servir os pequenos-almoços e o restaurante também passou a servir mais refeições. Para os comerciantes, o aumento do número de clientes é muito positivo, particularmente numa altura em que costuma haver menos gente por esta região. 

O transporte das pás de 85 metros, com recurso ao sistema ‘blade lifter’, que permite rodar as pás através de um mecanismo hidráulico e que as inclina até 60 graus está a provocar transtornos. Os residentes destas localidades queixam-se da necessidade de procurar caminhos alternativos para evitar demoras. 

A Iberdrola prevê que, até ao fim do primeiro semestre de 2026, esteja concluída a deslocação das pás eólicas.

Este parque eólico, segundo a Iberdrola, “contribui para a autonomia energética de Portugal” e também para “alcançar os objetivos do Plano Nacional de Energia e Clima”. As obras têm previsão de conclusão no terceiro trimestre de 2026 e os materiais para as torres eólicas transportados até ao final do primeiro trimestre.