Alentejo e Madeira com “desempenhos mais fracos” face ao crescimento do PIB em 2024
A maioria das regiões do país registou um crescimento real do produto interno bruto (PIB) semelhante ao do país em 2024, com apenas o Alentejo e a Madeira a terem um crescimento substancialmente inferior, foi divulgado esta quarta-feira.
De acordo com as Contas Regionais divulgadas pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), "estima-se que o Alentejo (1,1%) e a Região Autónoma da Madeira (1,5%) tenham registado os desempenhos mais fracos" face ao crescimento real do país, que se cifrou nos 2,1% em 2024.
"No restante território, a evolução foi próxima da média nacional, com o Centro a igualar o país, o Oeste e Vale do Tejo, a Grande Lisboa e a Península de Setúbal a superarem ligeiramente (0,1 pontos percentuais - p.p.) a média nacional", e as restantes regiões (Norte, Algarve e Açores), apresentaram "um crescimento 0,2 p.p. superior ao país".
No crescimento real, "na região Norte, Centro e Oeste e Vale do Tejo, o dinamismo económico resultou sobretudo do crescimento do VAB (Valor Acrescentado Bruto) da indústria e energia (2,8%, 3,2% e 4,1%, respetivamente), acompanhado do desempenho do VAB do comércio, transportes, alojamento e restauração, com acréscimos em volume de 1,8% no Norte e Oeste e Vale do Tejo e 2,6% no Centro".
Já o PIB da Grande Lisboa "beneficiou do crescimento do VAB das atividades informação e comunicação (4,2%), das atividades financeiras e de seguros (3,6%) e do comércio, transportes, alojamento e restauração (2,0%), todos com variações acima da média nacional".
O ramo do "comércio, transportes, alojamento e restauração teve impacto significativo no VAB do Algarve e da Região Autónoma dos Açores, com crescimentos de 1,7% e 4,1% respetivamente (contributos de 0,7 p.p. e 1,1 p.p.)", e nestas duas regiões o PIB também beneficiou "do crescimento do VAB da indústria e energia (9,9% e 6,4%, respetivamente) e da agricultura, silvicultura e pescas (8,9% e 7,1%, pela mesma ordem)".
Na Península de Setúbal o crescimento do PIB "foi impulsionado, sobretudo, pelo aumento do VAB no ramo do comércio, transportes, alojamento e restauração (3,7%), cujo contributo para a variação regional foi de 0,9 p.p", e no Alentejo "o crescimento menos expressivo do PIB deveu-se à redução do VAB da indústria e energia (-2,3%), das atividades imobiliárias (-2,1%) e do comércio, transportes, alojamento e restauração (-0,6%)".
Já o crescimento do PIB na Madeira, inferior ao nacional, "foi condicionado pela redução do VAB dos serviços prestados às empresas (-4,4%), associada à menor atividade no Centro Internacional de Negócios da Madeira, e pelo decréscimo do VAB da administração pública, defesa, saúde e educação (-0,3%)".
Quanto ao crescimento do PIB em termos nominais, que a nível nacional foi de 7,1% em 2024, observaram-se "variações positivas em todas as regiões do país", com destaque para o Algarve (8,3%), a Península de Setúbal (7,8%) e a Região Autónoma da Madeira (7,5%), "claramente acima da média nacional".
"As regiões Norte (7,2%), Grande Lisboa e Região Autónoma dos Açores (ambas com 7,1%) registaram desempenhos próximos da média do país, enquanto o Centro (6,7%), o Oeste e Vale do Tejo (6,6%) e, em especial, o Alentejo (4,5%) apresentaram crescimentos nominais inferiores ao total", pode ler-se no texto do INE.
O texto divulgado esta quarta-feira pelo INE fecha também os números de 2023, em que o PIB total nacional "cresceu 3,1% em volume, tendo-se registado variações positivas, ainda que heterogéneas, em todas as regiões".
"O Oeste e Vale do Tejo (4,8%), a Região Autónoma da Madeira (4,6%), a Região Autónoma dos Açores (3,5%), o Algarve e o Norte (ambos com 3,4%) e a Grande Lisboa (3,2%) apresentaram os crescimentos mais acentuados e superiores ao país", o "Centro (2,6%) e a Península de Setúbal (1,5%) apresentaram aumentos reais moderados e o Alentejo o menos expressivo (0,5%)".