Caminha quer restabelecer ligação fluvial com A Guarda em 2026

Autarquia está a trabalhar para retomar a circulação do 'ferryboat' Santa Rita de Cássia, que está parado desde 2020
Agência Lusa
Agência Lusa
16 dez. 2025, 19:07

Caminha quer retomar as viagens no próximo verão
Fotografia: Caminha quer retomar as viagens no próximo verão

A presidente da Câmara de Caminha, Liliana Silva, disse hoje estar a ser trabalhada, em articulação com as autarquias espanholas, a implementação já no próximo verão da ligação fluvial com a Galiza.

O 'ferryboat' Santa Rita de Cássia, que começou a cruzar o rio Minho em 1995, está parado desde 2020, inicialmente por restrições nas fronteiras por causa da pandemia de covid-19 e, posteriormente, porque o pontão em Espanha esteve inoperacional.

Após a conclusão das obras no pontão galego, em 2023, o ‘ferry’ continuou parado por causa do assoreamento do rio. Em julho último, a embarcação foi rebocada para um estaleiro em A Guarda para ser alvo de avaliação.

Liliana Silva adiantou que a solução para garantir a travessia do rio Minho será “através de uma embarcação de baixo calado, com capacidade para cerca de 50 a 60 pessoas”.

A autarca social-democrata falava durante uma conferência de imprensa de apresentação de uma candidatura ao programa Interreg VI Espanha–Portugal (POCTEP) 2021–2027, que foi aprovada e vai permitir a criação formal da eurocidade Foz do Minho, que junta Caminha, no Alto Minho e, A Guarda e O Rosal, na Galiza.

“Estão em curso reuniões com os promotores da embarcação que assegurará essa travessia, estando previsto que, numa fase subsequente, sejam articuladas as soluções de ligação rodoviária do lado espanhol, garantindo o transporte de passageiros a partir do cais da Pasaxe até O Rosal e A Guarda”, referiu Liliana Silva, citada numa nota enviada às redações.

Segundo a autarca, “atendendo à urgência da ligação fluvial, a de Caminha inscreveu no orçamento do próximo ano a reparação do pontão e a remoção das areias em frente ao mesmo, num investimento estimado entre 30 e 40 mil euros, garantindo assim as condições necessárias para concretizar a ligação entre Caminha e A Guarda já no próximo verão, com recurso a uma embarcação de baixo calado”.

Este mês, em entrevista ao jornal Caminhense, Liliana Silva disse que o orçamento para a reparação do ‘ferry’ Santa Rita de Cássia é de 1,2 milhões de euros. Segundo o jornal, o ‘ferry’ está fundeado naquele estaleiro desde 25 de julho.

De acordo com dados revelados pela autarca o “o 'ferryboat' fundeado custa ao município 75 euros, cerca de três mil euros por mês, pelo que é urgente tomar uma decisão, uma vez que o valor já ascende a cerca de quinze mil euros, sem contar com os 39 mil euros do reboque em julho.

Caminha é único concelho do vale do Minho que depende do transporte fluvial para garantir a ligação regular à Galiza. Vila Nova de Cerveira, Valença, Monção e Melgaço dispõem de pontes internacionais.

Ainda no que diz respeito à mobilidade transfronteiriça, Liliana Silva acrescentou que “o processo de construção de uma ligação rodoviária permanente entre Portugal de Espanha nesta zona está a ser desenvolvido ao nível dos dois governos, encontrando-se a Infraestruturas de Portugal a preparar os procedimentos necessários para o arranque dos estudos técnicos”. 

“Embora se trate de um processo de médio prazo, foi que os primeiros passos já foram dados no sentido de tornar esta ligação uma realidade”, adiantou.

Sobre o assoreamento junto ao cais de Caminha, Liliana Silva esclareceu que “existe financiamento da Agência Portuguesa do Ambiente (APA) e que o desassoreamento do rio Minho será um tema a abordar na próxima Cimeira Ibérica, estando assumido o compromisso de conclusão desse processo no prazo de dois anos”.