Estudantes de várias nacionalidades participam em jantar de Natal que celebra a diversidade na UBI
Dylan Flores é natural de Cuenca, no Equador, chegou à Covilhã em setembro para frequentar o primeiro ano da licenciatura em Ciência Política e Relações Internacionais. Encantado com a natureza e com a hospitalidade da cidade, fez questão de participar, juntamente com mais quatro amigos, no jantar de Natal intercultural promovido pela Universidade da Beira Interior. Atualmente, cerca de 20% da população estudantil da UBI é composta por alunos internacionais.
Para os estudantes mais tímidos, este é um momento de convívio importante, explica Dylan: “É uma oportunidade para conhecer pessoas novas, de diferentes partes do mundo e trocarmos experiências. Aprender com o outro só nos enriquece”.
A preparação da refeição contou com o envolvimento de 12 pessoas, que se empenharam na confeção dos pratos servidos. O menu incluiu entradas variadas, sopa de legumes, arroz de pato como prato principal, uma opção vegetariana de legumes à Brás e sobremesas típicas da Beira Interior, como papas de carolo e arroz doce. O único “preço” pedido aos participantes foi boa disposição e animação. Os estudantes foram também desafiados a vestir trajes tradicionais dos seus países ou levar uma iguaria representativa. Ao longo da noite houve também espaço para momentos de música, partilha de histórias pessoais e celebração das diferentes tradições, reforçando o compromisso da UBI com a inclusão, a tolerância e a valorização da diversidade cultural.
“Sempre fui bem acolhida, tanto na cidade como pela turma”, diz Jana Stapinska ao Conta Lá. Ao abrigo do programa Erasmus, a estudante de 23 anos veio da Eslováquia para estudar este semestre em Engenharia Informática e, apesar de regressar ao seu país já em fevereiro, é a primeira vez que não irá passar o Natal com a família. “O coração está apertado, contudo, soube do jantar e decidi logo participar para conhecer melhor a gastronomia e conviver. Sempre dá para ser uma maneira de me começar a despedir da melhor maneira”, afirma, destacando um prato típico eslovaco feito com queijo de ovelha, batatas e massa.
O jantar é organizado pela vice-reitoria para a Internacionalização e Comunicação Institucional da UBI, através do setor de apoio à cooperação, no âmbito das ações de integração dos estudantes internacionais. Estas abrangem tanto alunos em mobilidade — maioritariamente do programa Erasmus, por um semestre ou um ano — como estudantes que realizam todo o ciclo de estudos na UBI, seja licenciatura, mestrado ou doutoramento.
Atualmente, cerca de 20% da população estudantil da UBI é composta por alunos internacionais. A universidade conta com 1.839 estudantes estrangeiros, dos quais 189 estão em mobilidade “incoming” neste semestre. Para além do Erasmus+, existem outros programas de mobilidade internacional: International Credit Mobility, Blended Intensive Programmes, Estágios Erasmus, Mobilidade Rural UNITA e Mobilidade Virtual UNITA.
A nacionalidade mais representada na UBI é a brasileira. Seguem-se os alunos de Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa, com destaque para Angola. Nos últimos dois anos, registou-se também um crescimento significativo de estudantes provenientes do Equador, bem como de Espanha, Itália, Polónia e Eslováquia.
Conhecer um país diferente, interagir com diversidade cultural foi o intuito de Leonardo Mbanguine quando escolheu a Covilhã para estudar há seis anos. Hoje, com 24 anos frequenta o doutoramento em Engenharia Mecânica e admite que a iniciativa é importante para os novos alunos. “Eu gostava de ter tido um jantar multicultural no meu primeiro ano”, confessa. Embora não tenha nenhum prato para apresentar, deu a conhecer verbalmente aos novos amigos a “famosa” tapa com caranguejo. “É uma refeição ótima feita à base das folhas de mandioca. Leva leite de coco, amendoim e frutos do mar”, revela.
Mali Liu, de 21 anos, natural da China, frequenta a licenciatura em Design Industrial e chegou à Covilhã em setembro, com a intenção de concluir o curso em Portugal. “Venho do outro lado do mundo e, por vezes, é difícil fazer amigos. Estar com pessoas de outras línguas facilita a aproximação”, afirma. Participou no jantar para provar novos pratos e fazer amizades, embora admita ainda não estar habituada à comida portuguesa, preferindo sabores mais próximos da gastronomia chinesa, como o pato à Pequim.
Num ambiente marcado pela troca de experiências, Amanda Ferreira, de 23 anos, estudante de mestrado em Comunicação Estratégica, e Catarina Seo, de 22 anos, aluna da licenciatura em Psicologia, ambas do Brasil, participaram no encontro como uma forma de despedida. Catarina regressa ao Brasil em janeiro e refere que esta foi uma das últimas atividades enquanto estudante da UBI. As duas levaram salgados típicos de festas de aniversário no Brasil e sobremesas tradicionais.
Para a reitora da UBI, a diversidade representa uma das maiores riquezas da universidade. “Queremos que todos os estudantes, independentemente do país de onde vêm, se sintam acolhidos e parte integrante desta comunidade académica”, diz Ana Paula Duarte. “Este tipo de iniciativas tem um impacto enorme na integração dos estudantes internacionais. São experiências que ficam na memória e que contribuem para uma universidade mais aberta, plural e global”, remata.