UBI cria linha de apoio emocional de estudantes para estudantes

A Universidade da Beira Interior criou uma linha de apoio emocional que resultou na formação de voluntários que vão atender quem recorra à linha.
Redação
Redação
17 dez. 2025, 07:00

Universidade da Beira Interior criou uma linha de apoio emocional que formou estudantes voluntários para atenderem as chamadas de quem recorrer à linha
Fotografia: A linha de apoio está inserida no projeto Altamente Saudáveis

O apoio à saúde mental e bem estar da comunidade académica da Universidade da Beira Interior tem um novo recurso, uma linha de apoio emocional. Chama-se Linha de Apoio Altamente Saudáveis da UBI – LãSUBI, e é descrita como uma rede de apoio de pares. Os primeiros voluntários já terminaram a formação e estão aptos a atender quem recorra à linha.

Os voluntários, anónimos, são estudantes de vários cursos, mas “maioritariamente formandos das áreas das ciências humanas e da saúde”, avança Catarina Kalmar, uma das psicólogas ligadas ao projeto. “Todos eles vieram por vontade própria e com o objetivo comum de poder ajudar as pessoas na UBI que possam precisar de apoio”, acrescenta a profissional.

A formação destes voluntários abrangeu as áreas da psicologia, da saúde, gestão financeira e segurança informática. A ideia é que a formação seja contínua e com sessões práticas. “Apesar de todas elas [formações] terem tido aqui uma vertente teórico-prática, consideramos que agora, com a formação concluída, as futuras reciclagens farão com que os voluntários se sintam mais seguros destas competências”, esclarece Ana Torres, uma das profissionais envolvidas na coordenação do projeto.

A funcionar desde o início de setembro, a adesão à linha ainda não tem sido muito expressiva, apesar da divulgação. Segundo a vice-reitora para a Qualidade, Responsabilidade Social e Ação Social, Amélia Augusto, é maior “a procura do apoio psicológico em consulta”. No entanto, “as sessões de relaxamento que estão a ser oferecidas têm muita adesão”.

Para uma das estudantes que recorre aos serviços do Gabinete de Apoio Psicológico, a criação desta linha é algo positivo. A aluna diz que, no seu caso específico, não ligaria para a linha, mas acredita que “muitas outras pessoas o fariam ou até o prefeririam do que ir ao psicólogo”.

Nesta fase piloto, a linha tem o objetivo “não apenas de intervenção, mas sobretudo de prevenção”, sublinha a vice-reitora. “Não é uma linha exclusivamente de situações de emergências psicológicas”, acrescenta a psicóloga Catarina Kalmar. Tanto os voluntários como as psicólogas que estão a atender nesta fase inicial “têm o papel de dar apoio, mas não de fazer intervenção psicológica”.

Esta linha de apoio surgiu a partir de uma ideia da Associação Académica da Universidade da Beira Interior (AAUBI) em parceria com a Universidade e é uma das várias medidas integradas no projeto “Altamente Saudáveis”. Foi criada no âmbito do programa de promoção da saúde mental no ensino superior, financiado pela DGES, em cerca de 300 mil euros. O programa contempla mais atividades no âmbito da saúde e desporto, como workshops, palestras, atividades ao ar livre e a criação de uma app com um conjunto imenso de recursos que visam promover o bem-estar e a saúde mental.